ENCONTROS DE ARTE EDUCAÇÃO - FEVEREIRO

ENCONTROS DE ARTE EDUCAÇÃO

"NARRATIVAS LÚDICAS DA INFÂNCIA - A música e o ritmo, O corpo e a dança, A escuta e o brincar"

EM BREVE!!!

EDUCADORES, PAIS, ARTISTAS, ESTUDANTES E TODOS OS INTERESSADOS EM ARTE, EDUCAÇÃO E LUDICIDADE ESTÃO CONVIDADOS!


Abordando a importância do reconhecimento do brincar como linguagem própria e fundamental da criança e meio por excelência para a construção de conhecimentos sobre si, sobre a relação com o outro e as coisas do mundo. Serão apresentadas aos participantes as contribuições da brincadeira para o desenvolvimento integral, bem como questões presentes na sociedade contemporânea que impedem a concretização de uma infância plena e permeada pela ludicidade.

Para mais informações acesse: www.ateliegiramundo.com ou envie uma mensagem para contato@ateliegiramundo.com

terça-feira, 30 de julho de 2013

Contar histórias: construindo uma base moral e afetiva para a criança



 Imagem do filme "Kiriku e a Feiticeira"




Escolhendo as Histórias


Não apenas crianças se beneficiam das imagens contidas nas histórias, em todas as idades podemos oferecer esses presentes - basta que tenhamos um olhar atento para as questões de quem as recebe. Não se trata aqui de fechar possibilidades do tipo: para esta faixa etária só se contam estes X contos – mas antes, de tentar reconhecer nas diferentes idades quais as disposições latentes e procurar as imagens que mais estejam em sintonia com elas, tanto do ponto de vista lúdico, como evolutivo.


Contos de Fadas

Os contos de fadas traduzem em suas imagens o universo das leis da existência humana. Leis estas que não conseguimos ainda colocar em linguagem racional e quando tentamos fazê-lo, parece que perdem a força e seu poder de transformação, no sentido de nos conhecermos melhor e de termos nosso destino em nossas mãos de forma consciente, positiva e criativa.

A criança pequena pode ser vista como uma recém-chegada de um mundo onde essas leis são muito claras e óbvias e onde os contos de fada são como a língua que se fala nesse mundo, de modo que para as crianças essa linguagem é perfeitamente compreensível.

Se acreditarmos nisso, convém preservar tais imagens como verdadeiros tesouros da humanidade. Se quisermos falar à criança sobre esse mundo de possibilidades, convém não fazermos adaptações e pesquisarmos se há mudanças de cunho político, social ou religioso, incluídas nos contos, e retirá-las. (Observem os contos de Andersen – que não são tradição oral, mas criações dele próprio, como estão carregados desses valores sócio-culturais. Constituem grande fonte de entretenimento, mas não são portadores daquelas imagens grandiosas dos contos de fadas oriundos da sabedoria dos povos.).

Para aquela horinha especial, antes de dormir, seria bom que as crianças levassem essas verdades como companheiras e para preservá-las de nossos julgamentos, podemos contá-las sem grandes interpretações.

Como escolher o conto? Conte sempre aquele que você gostar mais e não se preocupe em decifrar as imagens arquetípicas que ele contenha. Apenas delicie-se ao contar.


Lendo os Contos 

Quanto à leitura de contos é importante que sejamos capazes de ler sem perder o contato visual e íntimo com as crianças. Apesar de estarmos lendo, devemos estar observando os momentos de inspiração e expiração da história e fazermos pausas, como se o conto já estivesse decorado há muito tempo, de modo que o “livro não apareça” mais do que a própria história, conforme demonstrado.


Criando o ambiente

Imaginem um trio-elétrico tocando músicas alegres em alto e bom som. Qual seria o nosso impulso? Sair atrás, dançando e cantando? Muito provavelmente.

Imaginem o som de uma lira ou o murmurar de uma canção suave. Desejaríamos parar em silêncio e ouvir? Provavelmente.

Temos um movimento para fora com o trio-elétrico e um movimento para dentro com a lira. Podemos pensar nisso se quisermos criar um ambiente próprio para contar histórias. Para ouvir é preciso silenciar e permitir que as imagens se construam em nossa mente e em nossos corações. Tudo o que desejarmos criar em termos de respiração deve ser pensado ao elaborarmos o ambiente. Se vamos contar histórias para “crianças que estão com o trio-elétrico”, precisamos trazê-las gradualmente, a partir do trio-elétrico até o silenciar para poder ouvir.

Velas e/ou músicas cantadas e/ou tocadas, podem acompanhar pequenos rituais criados pelo contador para trazer a criança para o ambiente mágico que deseja criar.

Adequando as histórias às diferentes faixas etárias


Por volta dos 3 anos

Seu universo é mágico, sua beleza, infinita.

A criança pequena tem pouca concentração para ouvir histórias com estruturas mais elaboradas. Pequenas histórias que incluam o movimento do corpo e rimas e repetições agradam enormemente.

Os contos rítmicos, com repetições, são os mais adequados assim como brincadeiras de dedos.

Ex: Pesico e Pesaco, dois anõezinhos dentro do saco. Pesaco tem um chapeuzinho, Pesico tem uma fitinha em volta da testa... E os dois juntos vão para a grande festa...

Eles cantam, eles dançam, depois voltam para casa... Pesico e Pesaco, dois anõezinhos dentro do saco...

Um profundo respeito pelo mistério que cada criança encerra em si quanto à sua proposta de vida, alegria e entusiasmo ao contar histórias, constituem o pré-requisito básico para contar histórias em todas as idades da criança, mas em relação à criança bem pequena, vale incrementar: nossas verdadeiras intenções devem ser trazidas à luz de nossa consciência, pois eles são especialmente sensíveis a elas.

A compreensão da conquista espacial no movimento da criança fará diferença na escolha dos ritmos: 1O. em cima e embaixo, 2O. direita e esquerda (7-8 anos) e por último, dentro e fora.


De 4 a 7 anos

Contos mais simples e curtos para os menores, maiores e mais elaborados para os maiores.

A criança nessa faixa etária não distingue muito bem entre o mundo (as outras pessoas, os outros seres viventes, a natureza) e si mesma. Vivem como num sonho bem elaborado e os contos de fadas são muito bem aceitos. Quanto aos outros contos (que não de fadas) deve-se ter o cuidado para que a linguagem não seja nem infantilizada, subestimando a capacidade de compreensão da criança, nem elaborada demais que não encontre base no mundo de experiências que ela tenha até então, nem de menos, pois não nos permitem conceber a idéia. A comunicação se estabelece e se constrói a partir do que é re-conhecido.




Mônica Rosales


Fonte: Blog Aliança pela Infância

Nenhum comentário:

Postar um comentário