ENCONTROS DE ARTE EDUCAÇÃO - FEVEREIRO

ENCONTROS DE ARTE EDUCAÇÃO

"NARRATIVAS LÚDICAS DA INFÂNCIA - A música e o ritmo, O corpo e a dança, A escuta e o brincar"

EM BREVE!!!

EDUCADORES, PAIS, ARTISTAS, ESTUDANTES E TODOS OS INTERESSADOS EM ARTE, EDUCAÇÃO E LUDICIDADE ESTÃO CONVIDADOS!


Abordando a importância do reconhecimento do brincar como linguagem própria e fundamental da criança e meio por excelência para a construção de conhecimentos sobre si, sobre a relação com o outro e as coisas do mundo. Serão apresentadas aos participantes as contribuições da brincadeira para o desenvolvimento integral, bem como questões presentes na sociedade contemporânea que impedem a concretização de uma infância plena e permeada pela ludicidade.

Para mais informações acesse: www.ateliegiramundo.com ou envie uma mensagem para contato@ateliegiramundo.com

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os benefícios de ensinar cultura popular para as crianças


Imagem: Reinaldo Meneguim


Muitas escolas de educação infantil acreditam na importância de incluir em sua grade de ensino, o resgate da Cultura Popular Brasileira.
O objetivo é ensinar e resgatar danças, personagens, músicas, festas e da literatura do folclore brasileiro. Além de fazer com que o aluno se interesse cada vez mais pelo assunto e se orgulhe da cultura do seu país, as atividades desenvolvem a concentração, o raciocínio e a coordenação, uma vez que o aprendizado se dá por meio de jogos educativos, músicas, exercícios artísticos e das próprias festas tradicionais que as escolas promovem, como festa junina, dia das crianças, entre outras.
Além do trabalho promovido em sala de aula, os pais também podem estimular o interesse dos filhos pela cultura popular dentro de casa. Um exemplo simples é reunir as crianças e ensiná-las a preparar uma receita antiga de família. Foi o que fez a jornalista Luciana Moura.
“Ensinei meus filhos a prepararem um biscoito doce frito, uma receita que a minha avó fazia para mim e meus primos quando éramos crianças. Meus filhos adoraram. Levaram de lanche para a escola e fez tanto sucesso, que volta e meia tenho que fazer a receita de novo e mandar para a turminha toda que estuda com eles. As crianças gostaram tanto que até as mães vieram me pedir a receita depois”, lembra Luciana, que é mãe dos gêmeos Pedro e Henrique, de 6 anos.
A professora Cintia Carvalho, do Colégio AB Sabin, explica sobre a cultura popular e dá dicas de como os pais podem abordar o tema em casa com os filhos:

O que é cultura popular?
Cultura é tudo aquilo que o homem produz e dá sentido à sua existência, seja de maneira material ou no campo das ideias. Essas produções se dão em diferentes campos de experiências, como nas artes, na língua e nas crenças. Tais experiências resultam no modo que uma comunidade cria suas vestimentas, como compõe e dança suas músicas, como se expressa por meio de gravuras, como cozinha, cuida de suas doenças, organiza sua leis e seus valores.
A cultura popular é produzida na relação do homem com a natureza (espaço físico que está inserido) e seus parceiros.  Surge quando cria costumes típicos daquele povo. Os indivíduos produzem e dão sentido a essa convivência, que apesar de estar em constante transformação, recebendo influências de outras culturas, preserva inúmeros costumes e caracteriza-se pelo anonimato. É transmitida e preservada de maneira oral, principalmente pela vivência dos padrões da comunidade em que se está inserido, passando por várias gerações.

De que forma as escolas podem trabalhar as culturas populares?
É papel da escola resgatar e manter viva a cultura popular da sociedade em que está inserida. Nesse trabalho os estudantes descobrem porque agem e vivem de determinada maneira, acham explicações para os próprios padrões de comportamento e podem discuti-los.  Refletem sobre hábitos diariamente reproduzidos e jamais questionados.
A escola pode viabilizar o contato e a reflexão sobre a cultura popular brasileira por meio de projetos que envolvam folclore de maneira geral, rodas de histórias, brincadeiras orais como adivinhas ou trava língua, culinária, arte e música. Nas aulas de Educação Física ou na hora do recreio é possível resgatar as brincadeiras de roda, pular corda e amarelinha e trabalhar os diversos jogos e brinquedos encontrados em diferentes regiões.
Dar espaço às rodas de capoeira, aos jogos indígenas e às chamadas brincadeiras de rua é uma maneira de vivenciar a cultura corporal do povo brasileiro.
Organizar eventos como as tradicionais festas brasileira (junina, caipira, carnaval, do divino, Bumba meu boi), feiras de artesanato, oficinas de brinquedos regionais, exposições de arte, rodas musicais, peças de teatro, feijoada beneficente são maneiras divertidas de inserir e aprender um pouco mais sobre o povo e seus costumes.
A participação das famílias também pode tornar esses momentos mais enriquecedores na escola, ao contar histórias para um grupo, ensinar brincadeiras ou fazer um prato típico. Seria interessante uma família mineira ensinar uma coreografia das famosas Congadas ou um paraense preparar uma deliciosa tapioca ou um açaí na tigela.
A lenda do Bumba meu boi é um excelente conto do folclore para  trabalhar as características que compõem a identidade cultural brasileira, pois encontramos a junção de representações do homem branco, dos indígenas e dos negros trazidos ao Brasil como escravos. A lenda mostra os rituais místicos indígenas, a soberania e os costumes do europeu, a culinária, a submissão e a dança do povo africano. Apresenta fortes características na pluralidade cultural da qual o povo brasileiro é constituído.

É importante a escola trabalhar outras culturas populares, que não a da comunidade em que está inserida?
Ao dar acesso a outras culturas, a escola amplia o repertório cultural e a visão de mundo dos educandos. Faz com que cada aluno reflita sobre o que há ao seu redor, podendo assim agir com ética e responsabilidade. Conhecer diferentes culturas torna os indivíduos mais tolerantes em relação ao outro, pois passam a entendê-lo de maneira real, rompendo as ideias e ações preconceituosas.

Qual a relação das culturas populares com a formação da identidade da criança e com a constituição de uma identidade nacional?
Desde o nascimento a criança é colocada em um mundo social do qual não participou de sua constituição; com o passar dos anos, recebe diferentes informações da cultura da comunidade em que foi inserida, que serão internalizadas à medida que convive com seus pares por meio da língua, das brincadeiras, dos rituais religiosos e da política, entre outros.
Com esses saberes, ela passa agir sobre a realidade em que vive, participando da construção cultural que está em constante movimento de transformação.
Assim vemos como a identidade nacional de um povo é constituída: hábitos culturais são passados de geração em geração, e essas informações são vividas, adaptadas ou transformadas de acordo com as necessidades de cada comunidade.
Algumas tradições são repetidas e permanecem sem mudanças. Dificilmente alguém questiona essa ação, pois já faz parte da identidade cultural daquele grupo. A identidade da criança é constituída das informações adquiridas em sua vivência. Sendo assim, a cultura exerce grande influência na construção dessa identidade, que se dará nas relações sociais e com meio ambiente.

E em casa? Como os pais podem inserir a cultura popular na vida das crianças?
Ao resgatar uma receita de família, ensinar uma brincadeira ou uma cantiga antiga, os pais automaticamente inserem a cultura popular na vida das crianças. Também podem passear em feiras de artesanato ou gastronômicas, resgatar ou preservar rituais como batismos, casamentos, funerais, ou participar de festas organizadas pela comunidade. Ampliam também o repertório das crianças atividades mais dirigidas, como viagens, visitas a museus e exposições de arte, apresentações de dança ou grupo musicais.



Autora: Lia Lehr

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