Imagem: Internet
Com licença e, por favor, deixem-me falar de EDUCAÇÃO no momento em que estamos nos acostumando, cada vez mais, com a falta dela! As notícias e as cenas que assistimos, diariamente, ao vivo ou pela TV sobre os comportamentos inadequados de crianças e jovens, nas ruas, parquinhos, cinemas, shopping e escolas, isto é, a nossa volta, dá-nos a sensação de que há muito tempo já passamos dos limites. É criança que chuta, morde, xinga, grita com pai e mãe por qualquer motivo que vou ficando cada vez mais abismada (basta assistir a Supernany)! Na escola não é diferente. A falta da educação começa na creche, perpassa a pré-escola, o ensino fundamental e chega aos marmanjões do ensino médio e superior.
Os adolescentes quase não interagem com os mais velhos, ocupados demais com seus umbigos. Nos seus bandos, usam um dialeto que passa longe da língua portuguesa. Entre si falam palavrões a toda hora expressando, com eles, qualquer sentimento seja de raiva ou amor: É FO...; PORR...; VAI TOMAR; CARA... Já perceberam que na tentativa de nos comunicar com eles, suas falas se resumem a uma frase de cinco palavras, sendo três de palavrões?! E aí eu me pergunto o que está acontecendo? Cadê a educação? De quem é a culpa? Que tipo de gente vai conviver com os nossos netos, que espero, sejam EDUCADOS?
O comportamento humano tem como característica a padronização – observa e copia, isto é, repete o comportamento adotado em novas situações, assim como tende a ser imitado pelos que o cercam. A gratificação ou a punição decorrente das suas diversas ações, (o que é considerado certo ou errado na sua comunidade), leva à padronização e à formação de usos e costumes, e, ainda, à cristalização das formas de comportamento social, ou a sua institucionalização. O início desta relação – observa e copia - dá-se na família, com suas regras e normas, tão conhecidas de nós: Não gritar, não morder, não brigar, não chutar, não cuspir, não colocar o dedo no nariz. Tem que sentar na cadeira e não na mesa; tem que tomar banho; escovar os dentes; respeitar os mais velhos...
De modo que é na família que se inicia a educação da criança, ou melhor, a sua adaptação a vida na sociedade, o que quer dizer, aprender a – NÃO SE TORNAR UM SER INSUPORTÁVEL SOCIALMENTE. A família, considerada uma das mais antigas e fortes instituições sociais, destacando-se das demais, por seu caráter universal, não é só a primeira forma de vida em grupo que o ser humano experimenta, mas também serve de mediadora entre o indivíduo e a sociedade. Em conjunto com a escola, a religião, a polícia, o exército e a burocracia do estado, estabelecem as regras e os procedimentos produzidos, aceitos e sancionados pela sociedade.
Até bem pouco tempo atrás, ao procurar a escola para matricular seus filhos, a família, tinha muito claro o que queria dela: exclusivamente o ENSINO. No entanto, ultimamente a família, que vem sofrendo profundas mudanças, transfere para a escola (lembra que é outra instituição social) TODA a responsabilidade da EDUCAÇÃO. São os conhecidos pais ausentes, que se multiplicam assustadoramente! Hoje o professor, sobrecarregado, além de ensinar todo o conteúdo, tem que ensinar bons modos, valores e dar afeto. Precisa também ser psicólogo e assistente social, isto é, cumprir um papel que não é próprio de sua formação. Isto é impossível! Vejamos o seguinte: o dia tem vinte e quatro horas (24h), a grande maioria das crianças passa apenas quatro horas (4h) ou no máximo oito (8h) horas dentro da escola e vinte (20h) ou dezesseis horas (16h) fora dela (presume-se que na família).
Esta família, que está surgindo, que transfere as suas responsabilidades de educar para a escola, deixa também os seus filhos desnorteados pela falta de limites. Sim, criança precisa de limites! É esse tipo de criança e adolescente que vai quebrando tudo a sua volta, não reconhece autoridade e não respeita ninguém, dentro e fora da escola, não cede o lugar reservado para os idosos nos coletivos, xinga o professor, espanca os colegas, fala palavrões, in-fer-ni-za o ambiente escolar, que, por sua intrínseca natureza, deveria ser educativo. Sem o apoio dos pais de seus alunos, diretores e professores perdem a autoridade, vivendo, cotidianamente, situações que beiram a barbárie.
Na tentativa de colocar um pouco de ordem, entra, neste cenário, outra instituição social (justiça), com as tais medidas disciplinares ou medidas sócio-educativas, com a intenção de garantir o respeito cívico e inalienável da convivência professor-aluno. Para nós educadores, esse fato novo - que na atual conjuntura faz-se necessário - desnuda e revela a fragilidade da escola e a falta de respeito com os seus profissionais. Essa intervenção do poder judiciário na escola soa como se fosse necessário que meu vizinho entrasse em minha casa, para me auxiliar a cumprir com os meus deveres familiares e a minha missão de esposa e mãe, garantindo a ordem!
O fato é que os atos de indisciplina precisam, urgentemente, voltar a serem resolvidos no âmbito do próprio sistema educacional e com a parceria da família. O encaminhamento de algumas questões ao sistema da Justiça da Infância e Juventude (aí incluído o Conselho Tutelar), só deveria ocorrer, depois de esgotados TODOS os recursos disciplinares escolares e familiares possíveis. Diante disto e relembrando o que nossos pais aprenderam dos seus pais e repassaram para nós - é de pequeno que se torce o pepino... ou... Educação vem do berço. EDUCAÇÃO COMEÇA EM CASA!
Os adolescentes quase não interagem com os mais velhos, ocupados demais com seus umbigos. Nos seus bandos, usam um dialeto que passa longe da língua portuguesa. Entre si falam palavrões a toda hora expressando, com eles, qualquer sentimento seja de raiva ou amor: É FO...; PORR...; VAI TOMAR; CARA... Já perceberam que na tentativa de nos comunicar com eles, suas falas se resumem a uma frase de cinco palavras, sendo três de palavrões?! E aí eu me pergunto o que está acontecendo? Cadê a educação? De quem é a culpa? Que tipo de gente vai conviver com os nossos netos, que espero, sejam EDUCADOS?
O comportamento humano tem como característica a padronização – observa e copia, isto é, repete o comportamento adotado em novas situações, assim como tende a ser imitado pelos que o cercam. A gratificação ou a punição decorrente das suas diversas ações, (o que é considerado certo ou errado na sua comunidade), leva à padronização e à formação de usos e costumes, e, ainda, à cristalização das formas de comportamento social, ou a sua institucionalização. O início desta relação – observa e copia - dá-se na família, com suas regras e normas, tão conhecidas de nós: Não gritar, não morder, não brigar, não chutar, não cuspir, não colocar o dedo no nariz. Tem que sentar na cadeira e não na mesa; tem que tomar banho; escovar os dentes; respeitar os mais velhos...
De modo que é na família que se inicia a educação da criança, ou melhor, a sua adaptação a vida na sociedade, o que quer dizer, aprender a – NÃO SE TORNAR UM SER INSUPORTÁVEL SOCIALMENTE. A família, considerada uma das mais antigas e fortes instituições sociais, destacando-se das demais, por seu caráter universal, não é só a primeira forma de vida em grupo que o ser humano experimenta, mas também serve de mediadora entre o indivíduo e a sociedade. Em conjunto com a escola, a religião, a polícia, o exército e a burocracia do estado, estabelecem as regras e os procedimentos produzidos, aceitos e sancionados pela sociedade.
Até bem pouco tempo atrás, ao procurar a escola para matricular seus filhos, a família, tinha muito claro o que queria dela: exclusivamente o ENSINO. No entanto, ultimamente a família, que vem sofrendo profundas mudanças, transfere para a escola (lembra que é outra instituição social) TODA a responsabilidade da EDUCAÇÃO. São os conhecidos pais ausentes, que se multiplicam assustadoramente! Hoje o professor, sobrecarregado, além de ensinar todo o conteúdo, tem que ensinar bons modos, valores e dar afeto. Precisa também ser psicólogo e assistente social, isto é, cumprir um papel que não é próprio de sua formação. Isto é impossível! Vejamos o seguinte: o dia tem vinte e quatro horas (24h), a grande maioria das crianças passa apenas quatro horas (4h) ou no máximo oito (8h) horas dentro da escola e vinte (20h) ou dezesseis horas (16h) fora dela (presume-se que na família).
Esta família, que está surgindo, que transfere as suas responsabilidades de educar para a escola, deixa também os seus filhos desnorteados pela falta de limites. Sim, criança precisa de limites! É esse tipo de criança e adolescente que vai quebrando tudo a sua volta, não reconhece autoridade e não respeita ninguém, dentro e fora da escola, não cede o lugar reservado para os idosos nos coletivos, xinga o professor, espanca os colegas, fala palavrões, in-fer-ni-za o ambiente escolar, que, por sua intrínseca natureza, deveria ser educativo. Sem o apoio dos pais de seus alunos, diretores e professores perdem a autoridade, vivendo, cotidianamente, situações que beiram a barbárie.
Na tentativa de colocar um pouco de ordem, entra, neste cenário, outra instituição social (justiça), com as tais medidas disciplinares ou medidas sócio-educativas, com a intenção de garantir o respeito cívico e inalienável da convivência professor-aluno. Para nós educadores, esse fato novo - que na atual conjuntura faz-se necessário - desnuda e revela a fragilidade da escola e a falta de respeito com os seus profissionais. Essa intervenção do poder judiciário na escola soa como se fosse necessário que meu vizinho entrasse em minha casa, para me auxiliar a cumprir com os meus deveres familiares e a minha missão de esposa e mãe, garantindo a ordem!
O fato é que os atos de indisciplina precisam, urgentemente, voltar a serem resolvidos no âmbito do próprio sistema educacional e com a parceria da família. O encaminhamento de algumas questões ao sistema da Justiça da Infância e Juventude (aí incluído o Conselho Tutelar), só deveria ocorrer, depois de esgotados TODOS os recursos disciplinares escolares e familiares possíveis. Diante disto e relembrando o que nossos pais aprenderam dos seus pais e repassaram para nós - é de pequeno que se torce o pepino... ou... Educação vem do berço. EDUCAÇÃO COMEÇA EM CASA!
Professora do curso de Pedagogia da UFMS;
Coordenadora do Núcleo Regional da Aliança pela Infância – Campo Grande/MS
Fonte; Aliança pela Infância
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