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Neste artigo, estuda-se as concepções sobre o brincar de três professores da pré-escola, de uma instituição pública, que lecionam para crianças na faixa etária de cinco anos. São traduzidas pelo relato de suas experiências em interfaces com a memória e a comunicação oral. Após a análise qualitativa dos dados observa-se um paradoxo nas narrativas das professoras que comunicam a sua concepção do brincar como espaço de criação, de liberdade, fantasia e imaginação e, ao mesmo tempo, a idéia do brincar como estratégia pedagógica.
O BRINQUEDO E A BRINCADEIRA
Diversos autores têm se referido às diferentes significações atribuídas aos brinquedos e brincadeiras. Entre eles a professora Tizuko M. Kishimoto que faz alusão aos brinquedos e brincadeiras em diferentes contextos sociais
Brinquedo e brincadeira aparecem com significações opostas e contraditórias: a brincadeira é vista ora como ação livre, ora como atividade supervisionada pelo adulto. O brinquedo expressa qualquer objeto que serve de suporte para brincadeira livre ou fica atrelado ao ensino de conteúdos escolares. A contraposição entre a liberdade e a orientação das brincadeiras, entre a ação lúdica concebida como fim em si mesma, ou com fins para aquisição de conteúdos específicos, mostra a divergência de significações (KISHIMOTO, 1997, p. 27).
Para compreender essas significações recorremos à idéia de "semelhanças de família" de Wittgenstein (1999). Segundo o filósofo da linguagem, os termos "jogo, brinquedo e brincadeira" aproximam-se em certos momentos e afastam-se em outros, apresentando, por um lado, as semelhanças que se misturam e se confundem e, por outro, diferenças bastante nítidas. Referindo-se aos jogos de tabuleiros, de cartas e de bola, entre outros, o autor pergunta: O que é comum e o que é diferente em todos eles? Exemplifica que no caso dos brinquedos de roda das crianças, "o elemento de divertimento está presente", é um traço comum nos jogos e brincadeiras, "mas quantos outros traços característicos dos jogos desapareceram?" (WITTGENSTEIN, 1999, p. 52).
Nas sociedades modernas, o brinquedo e a brincadeira são considerados constitutivos da infância, como conseqüência das transformações da organização familiar e social na história, através do processo de industrialização e urbanização da sociedade. A vida infantil foi se construindo em contraposição à vida do adulto. Foi um longo caminho percorrido para o reconhecimento da diferença entre a criança e o adulto. A primeira, caracterizada pela sua capacidade de brincar e imaginar, espaço privilegiado de novas formas de entendimento do real, que por sua vez, possibilita o desenvolvimento infantil, o último, pela crescente importância destinada ao trabalho.
Através do brinquedo, da brincadeira e de suas histórias são recuperados os modos e costumes das civilizações, por essa razão pesquisadores dedicam-se aos estudos que envolvem a criança e o brinquedo. Nesta trajetória encontramos a obra de Karl Gröber, que narra a história do brinquedo.
Para ler o texto na íntegra acesse: http://goo.gl/2QUNki
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